A UGT na História do Movimento Sindical Português. 1970-90
A génese da UGT encontra-se na criação da Intersindical em 1970, como estrutura unitária em plena abertura marcelista. A ocupação da quase totalidade dos sindicatos nas duas semanas seguintes à revolução democrática alterou profundamente a relação de forças no interior do movimento sindical, levando a uma intersindical ao serviço de um partido. De lembrar que a luta contra a unicidade sindical foi protagonizada pelos partidos democráticos e, em particular, pelo Partido Socialista.
Falhadas as lutas pela democratização da Intersindical, o Movimento da Carta Aberta e as correntes sindicais democratas foram apoiados por várias organizações nacionais e internacionais, onde se destacam as Fundações José Fontana e Oliveira Martins, dirigidas por Maldonado Gonelha e Mário Pinto, respectivamente.
A constituição da UGT ocorre em reunião de sindicatos em 28 e 29 de Outubro de 1978, no Lumiar – Assembleia Constituinte –, e culmina no I Congresso no Porto em 27, 28 e 29 de Janeiro de 1979. Face à sua importância para a consolidação da democracia em Portugal, é de realçar o apoio e a presença neste Congresso dos dois principais líderes partidários – Mário Soares e Sá Carneiro.
Constrói-se assim uma central sindical democrática, cuja acção é bem conhecida, num sindicalismo de proposição e de acção, de defesa de princípios e valores e de afirmação de um sindicalismo independente, base indispensável do regime democrático, que nos levou à afirmação internacional e à integração na União Europeia.
João Proença, Secretário Geral da UGT
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